Hélius Sironi de Moraes

Este é meu nome... meu pai me contou uma história sobre a escolha do meu nome, aonde ele disse que tinha relação com a Mitologia Grega: Helios, o Deus do Sol, que segundo ele - em latim - ficaria Hélius. Anos mais tarde, descobri que Hélius era o nome do irmão do falecido músico, poeta e diplomata Vinícius de Moraes. Em 1981 meus pais perderam seu primeiro filho, com 6 meses de vida, vítima de complicações de uma meningoencefalite. Chamava-se Vinícius Sironi de Moraes. Em 1982 eu nasci Hélius. Gosto de pensar que essa parte da história possa ter dado origem ao meu nome.

Resolvi ser psicólogo quando me dei conta que conseguia ajudar as pessoas com meus conselhos. No início, isso serviu como gatilho. Embora hoje eu compreenda que essa profissão não tem nada haver com isso. 

Assim, em julho de 2003 comecei o curso na Universidade de Caxias do Sul - UCS. E foi em julho de 2013 que finalizei: 10 anos de graduação! Demorei um pouco porque era (e ainda é) um curso caro. No início, com o salário que eu recebia como vendedor, calculava que levaria uns 20 a 25 anos para concluir o curso. Eu literalmente calculava...

Contudo, ainda que devagar, comecei a cursar o meu sonho. Parei de calcular e comecei a sonhar: todas às vezes que eu pegava o ônibus para ir à universidade, lembro-me até hoje de fechar os olhos e - sem muito esforço - enxergar-me com o canudo na mão no dia da minha graduação.

E o curso seguia, comigo conseguindo pagar uma, duas, no máximo três disciplinas por semestre. Se eu trocava de emprego, pegava o dinheiro do acerto para cursar o máximo de cadeiras possíveis. Em 2005 precisei parar: o que eu ganhava já não me permitia mais pagar a faculdade.

Insatisfeito, em 2006 fiz um acerto na empresa em que trabalhava e com o valor recebido, retomei os estudos... dessa vez na Faculdade da Serra Gaúcha - FSG. Consegui até um emprego lá. Fiquei muito feliz à época, pois sendo funcionário, eu teria um auxílio educação de 85%!!! "-Agora a coisa vai andar" - pensava eu. Isso fora em março de 2007. Em abril do mesmo ano, meu pai faleceu. Fiquei afastado por 9 dias do emprego. Quinze dias depois do meu retorno à empresa, fui dispensado.

Nesse dia, eu fui pra casa me sentindo a mosca do cocô do cavalo do bandido: ferrou a única oportunidade que eu teria de concluir minha faculdade me uma maneira mais rápida. Meu pai recém falecera e; em breve eu não teria mais dinheiro para pagar a faculdade.

Alguns meses se passaram e, embora ainda perplexo com os últimos acontecimentos, resolvi submeter minha nota do ENEM ao ProUni, pra ver no iria dar.

E foi assim mesmo, sem muita pretensão que, no início de 2008, eu soube que conseguira uma bolsa integral do ProUni. À época, por causa da minha nota de corte, pude até escolher entre a UCS ou a FSG, ao que optei por retornar à UCS.

Nessa época eu já estava trabalhando de freelance aos finais de semana para um fotógrafo e durante a semana trabalhava na empresa familiar de uns parentes, encadernando livros. Ainda assim, conseguia cursar em torno de 7 a 9 disciplinas por semestre, ao custo de poder dormir por volta de 5 horas ao dia. Lia os textos do curso no ônibus que me levava ao trabalho ou à universidade. Lia nos finais de semana. Lia na cama, antes de dormir e, acabava pegando no sono sentado mesmo. Foi assim por uns 4 anos. Em 2012 precisei me afastar do trabalho que me ocupava os dias úteis, em função dos Estágios Curriculares, mas mantive meu job de freelance.

>> continua >>